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Ibovespa cai puxado por Petrobras e bancos diante de temores com política fiscal
O Ibovespa cai hoje e toca os 133 mil pontos, influenciado pelo recuo dos papéis da Petrobras e do setor bancário, diante de preocupações com a política fiscal. Agentes financeiros analisam as vendas do varejo no Brasil e novos dados de inflação nos Estados Unidos, enquanto aguardam as decisões de política monetária dos dois países na próxima semana.
Por volta das 13h15, o Ibovespa caía 0,57%, aos 133.906 pontos. A mínima intradiária foi de 133.591 pontos, enquanto a máxima alcançou os 134.777 pontos. O volume financeiro projetado para o índice no dia era de R$ 13,01 bilhões. Em Nova York, o S&P 500 tinha leve alta de 0,05%, o Dow Jones perdia 0,19% e o Nasdaq subia 0,28%.
Embora o petróleo suba no exterior, os papéis ordinários da Petrobras caem 0,85% e os preferenciais cedem 0,75%, após o Goldman Sachs diminuir o preço-alvo das ações e apontar que o aumento na produção da estatal esperado para os próximos meses mitiga apenas parcialmente os efeitos dos preços menores em sua geração de caixa, o que pode reduzir dividendos ordinários.
Os bancos também puxam o Ibovespa para baixo, com recuo de Itaú PN (-1,15%), Banco do Brasil ON (-1,30%) e BTG units (-1,65%). O recuo da bolsa brasileira só não é maior por conta da alta dos papéis ordinários de Vale, que sobem 1,28% diante da recuperação do minério de ferro em Dalian e após análise mais positiva sobre o desempenho operacional da empresa de XP e Goldman Sachs.
A notícia de que o governo federal deve criar um auxílio emergencial para pescadores atingidos pela seca, revelado pelo g1, trouxe de volta os temores sobre a política fiscal.
Em entrevista ao portal e à GloboNews, o ministro e Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou que a ideia é antecipar o “Seguro Defeso”, benefício dado a pessoas que vivem da pesca artesanal quando não podem realizar atividades devido à piracema. Segundo o ministro, mais de 90 mil pessoas devem ser atendidas com o auxílio emergencial durante dois meses.
“Parece que o governo vai gastar mais e ficar ainda mais longe de um equilíbrio fiscal”, afirma um operador. “Acho que é o tema de sempre, o mercado irritado com a falta de solução na parte fiscal”, observa.
Para outro trader, o movimento de hoje no Ibovespa pode ser interpretado como um movimento de realização de lucros, já que a indicação é uma alta na Selic na próxima reunião do Copom. “E lá fora o corte de juros vai ser de 0,25, enquanto o mercado queria mais”, pontua.
Hoje o volume de vendas do varejo restrito subiu 0,6% em julho, ante junho, acima da expectativa mediana de 0,5%. Segundo a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, “o resultado de hoje reforça as preocupações e incertezas que cercam a leitura dos agentes sobre as próximas decisões de política monetária a serem tomadas pelo Copom”. Assim, em meio a uma atividade mais aquecida, “reforça a perspectiva de que a autoridade monetária pode voltar a elevar a Selic já em sua próxima reunião”, diz a economista.
No exterior, os investidores ainda repercutem o índice de preços ao produtor (PPI) nos Estados Unidos, cujo número cheio veio em linha com o esperado pelo mercado, mas seu núcleo ficou em 0,3% em agosto ante julho, levemente acima do consenso de 0,2%. Assim, as apostas por um início de ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) de 0,25 ponto percentual se consolidam.
*Com informações do Valor Econômico
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